A Assembleia Legislativa da Bahia elegeu hoje deputado estadual Paulo Rangel (PT) para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) por 36 votos contra 22 obtidos pelo ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos), em mais uma prova da forte influência que o governo do Estado e o PT exercem sobre o Poder Legislativo.
Com a escolha, depois de ter indicado no ano passado a ex-primeira-dama do Estado Aline Peixoto, mulher do ministro Rui Costa (Casa Civil), para a Corte, o PT passa a comandar politicamente o TCM.
Em discurso antes da votação, Nilo elogiou o senador Jaques Wagner (PT), citou a bem-sucedida aliança com o PT por duas décadas, inclusive quando foi presidente da Assembleia, mas não deixou de criticar o fato de que, se o adversário fosse eleito, o partido teria quatro dos sete membros do TCM, assumindo o controle político do órgão.
“Eles já tem a força política do Brasil, já controlam o governo do Estado e agora querem controlar o TCM?”, questionou lembrando que nem durante o período de domínio do ex-senador Antonio Carlos Magalhães na política baiana o órgão foi controlado por seu grupo.
O ex-deputado fez questão ainda de ressaltar que nenhuma das quatro lideranças do governo estadual – o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o senador Wagner, Rui Costa e o senador Otto Alencar (PSD) – tentaram influenciar o resultado do pleito.
Com um discurso mais técnico, em que ressaltou os avanços que defende para o TCM, Rangel, por sua vez, disse que era candidato da sociedade e não do PT, buscando se distanciar da sigla a que pertence e acrescentou que iria aperfeiçoar o órgão caso fosse eleito.
Fez questão ainda de elogiar o senador Otto Alencar, que declarou publicamente apoio a seu nome. Não compareceram para votar os deputados do PCdoB – Zó, Bobô, Fabrício Falcão e Olívia Santana -, além da deputada Ludmila Fiscina, por questão de saúde.
Apesar de um acordo pelo qual o PT apoiaria a candidatura do PCdoB desta vez, o candidato do partido, Fabricio Falcão, não conseguiu o número de assinaturas necessárias para se inscrever, numa manobra de que acusou o governo do Estado.
Rangel teve menos dois votos do que aqueles com que sua candidatura foi inscrita. Já Nilo obteve mais três apoios em relação ao número de colegas que subscreveram sua candidatura.
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