Conclusão de reformas administrativas de Jerônimo e Bruno fica para 2025 – Por Raul Monteiro

Jerônimo Rodrigues (PT) e Bruno Reis (União Brasil) chegam ao Ano Novo sem concluir as respectivas reformas administrativas que prometeram a aliados e correligionários praticamente neste final de 2024. O governador, determinado a ajustar a máquina para enfrentar o ano pré-eleitoral e preparar-se para a disputa da reeleição, em 2026. O prefeito, por sua vez, adequando o governo municipal ao excepcional resultado obtido nas urnas em outubro último, quando conseguiu se reeleger com quase 80% dos votos, ancorado pelas forças que se mantiveram ao seu lado desde que começou a atual gestão, há quatro anos.

A bem da verdade, ambos avançaram alguns passos na definição do que deve ser a nova fisionomia de suas gestões. Jerônimo trocou pouco menos do que meia dúzia de colaboradores, confirmou outros e, neste momento, sinaliza para a manutenção de alguns quadros cujo desempenho nestes dois anos de governo considera positivo. Já Bruno, alterou pouco a composição do secretariado, fez apostas em alguns nomes que o ajudaram até aqui, mas vem dando a entender, sobretudo em conversas com os aliados, que pretende promover os ajustes mais importantes depois que tomar posse no segundo mandato, agora em janeiro. Era o esperado.

O coração dos ajustes do governador reside na substituição da chefia da Casa Civil, que ele protela porque tem na pasta um amigo pessoal de longa data, o deputado federal Afonso Florence (PT), que, no entanto, não se apresentou com a desenvoltura no posto que dele se esperava. A mudança de Adolfo Loyola da posição de chefe de Gabinete do governo para a secretaria de Relações Institucionais deu uma espécie de “up” na gerência propriamente dita da administração estadual, permitindo que seja transferida ao novo secretário, pelo menos temporariamente, a tarefa de coordenação das ações do governo que a Casa Civil hoje não entrega.

Por este motivo, se espera, a partir do empoderamento e da ação de Adolfo, que a reforma do governo avance até a conclusão definitiva, assegurando a Jerônimo um ajuste em seu plano de vôo, que deve, a partir de agora, priorizar sua presença em Salvador, especialmente em seu gabinete, no Centro Administrativo, uma vez que o calendário de inaugurações que permitiu, neste período, seu deslocamento, principalmente ao interior, está encerrando devido à ausência de novas entregas a promover. Por acaso, o nome mais cotado para a Casa Civil do governo hoje passou a ser o da atual secretária de Saúde, Roberta Santana.

De personalidade forte, por isso antipatizada por alguns petistas, Roberta teve o mérito de tocar a pasta sem alterar os fundamentos estabelecidos lá atrás pela gestão de Fábio Vilas Boas, considerada um marco na administração petista da Saúde, chamando a atenção para si como uma alternativa pronta para colaborar com Jerônimo nesta nova posição decisiva. O prefeito de Salvador, por sua vez, deverá também fazer uma transição no governo tranquila, especialmente se conseguir atender o PSDB, que aposta no nome do atual secretário de Gestão da Prefeitura, Rodrigo Alves, para substituir Tiago Dantas na Educação.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro/Política Livre.

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