Chapa governista na Bahia totalmente indefinida de novo – Por Raul Monteiro

A 15 meses das próximas eleições estaduais, a chapa majoritária governista passa por novo desenho na Bahia, em que seus principais líderes já não acreditam na candidatura de três petistas – um ao governo e dois ao Senado -, cenário com que passaram a trabalhar há pelo menos seis meses e que, caso se confirmasse, alijaria um aliado importante como o PSD, como se o PT estivesse em seu auge no controle do Estado. O governador Jerônimo Rodrigues (PT), segundo seus próprios aliados, parece não estar mais tão seguro da condição de candidato natural à reeleição por exercer o comando do governo.

Nem o ministro Rui Costa (Casa Civil) confia na opção preferencial para o Senado. Muito pelo contrário, hoje ganha força de novo a especulação de que o ministro pode substituir Jerônimo como candidato a governador ou simplesmente disputar uma vaga de deputado federal, o que provavelmente ajudaria a reforçar a bancada petista no Congresso. Assim, como já se projeta também que a candidatura à reeleição de Jaques Wagner está longe de garantida, podendo o senador assumir a coordenação da campanha do presidente Lula no ano que vem e abrir mão dela em favor de Rui e de uma concertação com o PSD.

Depois de assistir na moita à movimentação do petismo, o partido começou a emitir sinais de que não abre mão da manutenção do senador Angelo Coronel na chapa, possivelmente insuflado pela onda de que o senador Otto Alencar pode ser o representante do PSD no Nordeste para vice na virtual candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo que poderia estar surfando como nome de conciliação do centro, da direita e da extrema direita não fosse a operação contra o Brasil orquestrada nos EUA pela família Bolsonaro em favor da anistia de Jair, o chefe do clã.

Assessores de Tarcísio, que saiu chamuscado do grande equívoco de, ao submeter-se à pressão dos Bolsonaro, inicialmente associar-se à defesa do tarifaço de Donald Trump, quando deveria ter imediatamente postado-se entre os defensores do país que muitos desejam que governe, acreditam que Otto é um nome forte para vice por dois motivos: primeiro, porque o PSD exerce influência grande no governo paulista, onde o comandante nacional da legenda, Gilberto Kassab, é o secretário de Governo do republicano e emplacou seu vice-governador, Felício Ramuth.

Segundo, porque o eventual rompimento do PSD com o governo fragilizaria o PT na Bahia, a principal base estadual do partido no país, colocando o senador do PSD no campo de ACM Neto (União Brasil), candidato das oposições ao governo cuja aliança com uma eventual candidatura de Tarcísio à presidência da República é líquida e certa, vindo sendo já trabalhada há meses tanto pelo ex-prefeito de Salvador quanto por representantes do governador paulista. Trata-se de um novo sinal sobre a importância da sucessão nacional no Estado e de que, desta vez, Neto terá uma alavanca federal na corrida ao governo estadual que lhe faltou em 2022.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro/Política Livre.

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