A fusão do PSC e do Podemos, que deve ser aprovada pela cúpula nacional dos partidos em convenção marcada para o próximo dia 8 de dezembro, em Brasília, terá impacto na Bahia, principalmente na política municipal de Salvador.
Na Câmara de Vereadores da capital, o novo partido terá três representantes, sendo um do PSC (Ricardo Almeida) e dois do Podemos (Sidninho, já com mandato, e Toinho Carolino, suplente de Emerson Penalva, hoje no PDT, que assume uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia em janeiro de 2023). Os três são aliados do prefeito Bruno Reis (União), mas a sigla nascerá integrando a base do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT).
No segundo turno das eleições deste ano, o presidente estadual do PSC, Heber Santana, que também será o comandante na Bahia do novo partido, rompeu uma aliança de cerca de dez anos com o grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) e apoiou Jerônimo. Ele disse a este Política Livre que a questão municipal será tratada no momento oportuno.
“Primeiro, a fusão tem que acontecer. Acontecendo, teremos que conversar não só com o vereador do PSC, Ricardo Almeida, mas também com os vereadores do Podemos. Por enquanto nada muda. Mas pode chegar o momento em que teremos que tomar uma posição unificada, inclusive em Salvador, onde deixamos, como Executiva, a base de Bruno Reis. Claro que tudo isso vai passar por muita conversa e diálogo, como é o jeito que eu atuo e todo mundo sabe”, afirmou Heber.
Caso a nova legenda feche questão para ser oposição a Bruno Reis, os vereadores poderão seguir a decisão ou optar por sair do partido sem correr o risco de perder o mandato. Conforme apurou o Política Livre, é certo que os dois do Podemos, um deles bolsonarista assumido (Sidninho), optarão pelo segundo movimento. Por ser evangélico e ter identidade com o PSC, sigla ligada à Igreja Assembleia de Deus, Ricardo Almeida teria o desejo de buscar uma solução menos traumática.
Heber, que perdeu a eleição para a Assembleia Legislativa no pleito deste ano, afirmou ainda que vai conversar, após a fusão, com o único deputado estadual do PSC, Laerte do Vando, que foi reeleito este ano, e com o deputado federal eleito pelo Podemos, Raimundo Costa. “O objetivo é o mesmo: trabalhar para unificar a posição do partido na Bahia, com tranquilidade”.
Política Livre