A eleição interna do PT na Bahia teve capítulos judiciais decisivos em dois dos principais colégios eleitorais do Estado. Em Itabuna e Feira de Santana, os novos presidentes municipais do partido só conseguiram disputar o pleito graças a liminares obtidas na Justiça, após terem as candidaturas inicialmente barradas pela Executiva nacional por inadimplência com a contribuição partidária — exigência prevista no estatuto do PT.
O caso mais emblemático ocorreu em Itabuna, onde Nina Rosa, apoiada pelo presidente da Câmara Municipal, Manoel Porfírio, e ligada ao grupo do novo presidente estadual do partido, Tássio Brito, foi eleita com 1.589 votos. Ela venceu o atual presidente do diretório local, Jackson Moreira, ligado ao ex-prefeito Geraldo Simões, que obteve apenas 124 votos – houve muitas ausências do lado do grupo que detém hoje o controle da legenda, em protesto.
A candidatura de Nina só foi viabilizada na véspera da eleição, após decisão judicial favorável. Como o nome dela havia sido retirado da chapa pela instância nacional, as cédulas de votação estavam inicialmente prontas com apenas o nome de Jackson. As novas cédulas foram impressas no sábado (5), possibilitando a disputa no domingo (6).
Situação semelhante foi registrada em Feira de Santana, onde Adriano Costa, ligado ao deputado federal Zé Neto, também só pôde concorrer graças a liminar. Ele venceu com cerca de 60% dos votos válidos e prometeu ampliar o diálogo interno e reorganizar a atuação do partido na cidade.
Apesar das vitórias nas urnas, o futuro dos dois presidentes eleitos ainda está indefinido. Como as candidaturas contrariaram uma norma estatutária nacional do PT — que exige a quitação em dia da contribuição partidária para participação no PED (Processo das Eleições Diretas) —, as decisões judiciais que garantiram as inscrições ainda poderão ser revistas.
Os casos na Bahia ecoam o episódio ocorrido em Minas Gerais, onde a deputada federal Dandara Tonantzin teve a candidatura barrada pelo diretório nacional por inadimplência, mas conseguiu reverter a decisão judicialmente. Por conta do imbróglio, a eleição para a presidência do PT mineiro foi remarcada para o próximo domingo (13).
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