Apesar dos indícios de melhora no mercado de trabalho no país em junho, conforme análise do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), a Bahia é o segundo estado do Brasil com o maior nível de desemprego. O dados, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na semana passada, mostram que a Bahia fechou o primeiro semestre deste ano com a taxa de desocupação de 21,3%.
Em conversa com a reportagem, o secretário estadual da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães, explica que um dos principais motivos que levaram o estado a chegar nesse resultado foi o corte de investimentos por parte do governo federal.
“Esse é um dado importante e que demonstra a fase de estagnação econômica que ocorre há alguns anos e que se agravou por conta da pandemia. Entretanto, o motivo maior não foi só a situação do coronavírus, mas, principalmente, a falta de investimento do governo federal, que reduziu 62% dos investimentos públicos entre 2020 e 2021. Aí você observa que em um momento de crise, enquanto o mundo todo está fazendo investimentos públicos pesados, aqui no Brasil esses investimentos estão sendo reduzidos”, explicou o secretário.
Outro ponto levantado pelo representante da pasta que refletiu no resultado da alta de desemprego no estado foi o encolhimento das políticas sociais.
“A diminuição das ações de políticas sociais também gerou impacto na geração de emprego no estado. A Bahia tem o maior número de inscritos no Bolsa Família, portanto, a redução de no volume de projetos de programas sociais e a desvalorização do salário mínimo reflete diretamente, já que a Bahia é um estado que tem um renda per capita baixa e se baseia muito nesse salário. Então se você não aumenta o salário mínimo e tem uma inflação alta, principalmente na área de alimentos que é onde a população pobre mais consome e gasta, então isso diminui a circulação do recurso e diminui a geração de emprego e renda”, frisou.
Ações:
Para driblar o cenário, David Magalhães diz que o governo do estado, através da Secretaria do Trabalho, tem feito políticas sociais de transferência de renda, políticas de qualificação e reinserção dos jovens no mercado do trabalho, requalificação de áreas mais vulneráveis para o microempreendedorismo, lançamento do programa Estado Solidário para ampliar os níveis de recursos de microcrédito, além de investir em infraestrutura que, segundo ele, automaticamente gera oportunidade de emprego.
Questionado pelo Bahia.ba sobre um projeção de melhoria, o secretário diz acreditar que até dezembro a situação econômica pode melhorar com a reabertura do comércio e a necessidade de mão de obra. “Em muitos países já há a retomada da economia. Aqui no Brasil estamos atrasados por conta do atraso das vacinas, mas acredito que daqui para dezembro vai ter uma melhora. Portanto, reitero que para que tudo isso ocorra, também é necessário mais investimento do governo federal”, disse.
Capital e RMS na contramão:
Apesar do estado como um todo estar com altos níveis de desemprego, Salvador tem se destacado na geração de emprego no nordeste e Lauro de Freitas mantém liderança na geração de empregos formais na RMS, de acordo com dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged).
Bahia.ba