Cinquenta recém-nascidos dependem do Banco de Leite do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) para receberem diariamente a alimentação mais saudável e apropriada para o seu desenvolvimento, o leite materno. Para isso ser possível, a doação é fundamental, tanto do leite materno quanto de potes de vidro para armazenamento e tampas de plástico. Desde o dia 1º, o HGRS reforça a necessidade de doação e oferece uma programação especial aos trabalhadores e pacientes em atenção à campanha Agosto Dourado. Mundialmente, esse é o mês dedicado ao incentivo do aleitamento materno.
A diretora de Enfermagem do HGRS, Indaiane Abade, destaca que o hospital possui uma maternidade de referência para bebês de alto risco e o leite humano é o alimento padrão ouro para o recém-nascido. “As mães que estão amamentando e que têm leite em excesso podem fazer contato conosco pelo whatsapp (71) 98225-5493 e receberão toda a orientação do nosso Banco de Leite”, afirma.
Indaiane Abade ressalta que o estoque do Banco de Leite do HGRS está abaixo do necessário. “Nós estamos com uma média de 95 litros de leite, mas a nossa capacidade e necessidade para atender os bebês prematuros aqui é de 145 litros. Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno é capaz de reduzir em 13% o risco de morte em crianças menores de cinco anos. Por isso, a doação de leite e também desse pote é doação de vida. Nós temos a UTI neonatal e outras alas e estamos falando de bebês prematuros que precisam disso”. Os potes para doação devem ser de vidro, com tampa, para que possa ser feito o trabalho de assepsia antes da armazenagem do leite.
Pode doar leite a mãe que esteja com o pré-natal em dia e também com as sorologias feitas, principalmente de hepatite B, HIV e HTLV. “Esse é o perfil da mãe que vem para cá. Ela recebe toda a orientação e é acolhida conosco do Banco de Leite. Ela pode vir com os exames já prontos, e a gente faz uma pré-análise. Temos um consultório e ela também pode fazer esses exames aqui”, acrescenta a diretora.
Alimento saudável e apropriado:
A estudante Maria Vicente, 26 anos, é mãe de Davi Joaquim, que nasceu com 600 gramas, na 29ª semana de gestação. “Ele precisou do leite materno doado. Na época, eu não tinha leite, estava internada, e o leite doado foi muito importante. Hoje ele está com 2,225 kg. Minha produção também melhorou e, inclusive, estou pensando muito em doar, para retribuir o ato que as outras mães fizeram para o meu filho”.
Maria Vicente diz que, depois do leite materno doado, Davi parou de ter problemas de refluxo. “Quando ele veio para o Projeto Canguru, ele tomou o leite artificial, que estava causando muito refluxo nele e precisou tomar medicamento. Quando eu fui para casa, ele passou a receber só leite materno e pudemos retirar o remédio. Primeiro, reduziu de seis em seis horas, depois de oito em oito e agora já suspendemos o medicamento. Por causa do leite materno, ele não está tendo mais refluxo”.
A nutricionista do Banco de Leite do HGRS, Alessandra Mariani, explica porque o leite materno é tão importante. “É o melhor alimento para o bebê de forma exclusiva até os seis meses, porque, além de nutrir o bebê, ele evita alergias, infecções respiratórias, diabetes, hipertensão e obesidade na idade adulta. O leite materno deve ser exclusivo até o sexto mês e a mãe pode amamentar de forma complementar até dois anos ou mais”.
Fonte: Informe Baiano