O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o apoio, nesta quarta-feira (5), dos governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e da bancada ruralista do Congresso.
Os anúncios foram feitos no Palácio da Alvorada nesta manhã. Ibaneis e Ratinho, já aliados do chefe do Executivo, integram o grupo de três governadores que apoiam o chefe do Executivo no segundo turno contra o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A gente tem conseguido trabalhar aqui na cidade em plena harmonia então nada mais natural do que esse apoio agora no segundo turno ao presidente Bolsonaro”, disse.
“É um apoio que vai de coração. Vamos correr as ruas do Distrito Federal junto com a população, em especial a população mais carente da nossa cidade, para que a gente consiga os votos para reeleger o presidente”, completou.
Ibaneis foi ainda elogioso ao que chamou de parceria efetiva com o governo, e minimizou divergências durante o combate à pandemia da Covid-19. Ele disse que não faltou recursos aos entes da federação. Bolsonaro, por sua vez, disse que isso é “coisa do passado”.
O governador do DF optou por acompanhar as recomendações científicas à época, com isolamento social, criticado pelo presidente. Questionado sobre o posicionamento da ex-presidenciável do seu partido, Simone Tebet, que sinaliza apoio a Lula, Ibaneis disse que ela tomará decisão cada vez mais isolada.
O governador disse ainda nunca ter sido procurada pela então candidata, nem outros gestores nos estados do MDB. Ele disse que conversou com o presidente do partido, Baleia Rossi, que deve liberar os correligionários a declararem voto como melhor acharem.
“Nós temos uma bancada muito forte que foi eleita agora, MDB aumentou na Câmara dos Deputados, e essa bancada vem exatamente das pessoas que votaram com o presidente Bolsonaro”, afirmou.
Já o governador do Paraná, que já havia apoiado Bolsonaro em 2018 e no primeiro turno, disse que está articulando campanha pelo presidente com seus prefeitos. Segundo disse, sua equipe está levantando quantos gestores municipais estarão com o chefe do Executivo no segundo turno, que avalia ser em torno de 70%.
“Em meu nome e no nome da nossa população, na sua grande maioria, pela segunda vez, já na eleição passada já tinha feito isso, nessa eleição fez da mesma forma no primeiro turno, deu esmagadora votação no sr. E a ideia é que a gente possa consolidar isso numa ampliação da votação no segundo turno”, disse Ratinho Jr.
Ele estava acompanhado de parte da bancada do estado no Congresso, como os deputados Paulo Eduardo Martins (PL) e Pedro Lupion (PL). Bolsonaro recebeu ainda, nesta manhã, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A bancada ruralista já havia declarado apoio a ele em 2018.
“Temos um só lado que é o lado da liberdade, que é o lado do presidente Bolsonaro”, disse o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), presidente da FPA. Cerca de 32 deputados e oito senadores compareceram ao encontro com o presidente no Alvorada.
Em todos os discursos, Bolsonaro agradeceu aos apoios, e ressaltou diferenças com a campanha do adversário, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde a terça-feira (4), o presidente tem feito uma série de atos políticos com aliados no segundo turno. Ontem, foram os governadores reeleitos Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG), além de Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
Enquanto Bolsonaro enfileira apoios de governadores, Lula conquistou alianças partidárias, como o PDT. Além disso, os presidenciáveis derrotados no primeiro turno, Simone Tebet e Ciro Gomes (PDT) estão mais alinhados com Lula.
Enquanto a primeira ainda não deu declarações públicas, Gomes soltou um vídeo em que evita mencionar o petista, mas diz que seguirá a decisão de seu partido, que apoiará Lula. Aliados de Bolsonaro se decepcionaram, porque ainda nutriam esperança de uma ponte com o pedetista, que fez uma campanha com ataques a Lula.
“Decisão dele. Ele responda pelos seus atos. Se ele foi coerente nessa declaração, só os eleitores dele que vão dizer”, disse o presidente a jornalistas, a respeito do posicionamento de Gomes.
Se por um lado evitou criticar diretamente o candidato derrotado, Bolsonaro fez, por outro, um gesto aos seus eleitores. “Eu peço ao eleitor do Ciro, como é um eleitor dito bastante qualificado, dadas as posições que ele tomou ao longo da vida toda…Não é que eu peço, tenho certeza que eles vão tomar a melhor decisão para o segundo turno”.
Marianna Holanda, Folhapress