Vestibulandos relatam problemas em provas online

Mesmo com o fim das restrições de circulação impostas por governos e prefeituras para conter o avanço da Covid-19, algumas universidades privadas decidiram manter seus vestibulares de maneira remota.

A reportagem apurou que houve problemas com as plataformas de vestibular de duas universidades de São Paulo, PUC-SP e FGV-SP, prejudicando os candidatos. Na prova para o vestibular de verão da PUC-SP, em 27 de novembro, a candidata Maria Vitória de Medeiros, que disputava uma vaga no curso de relações internacionais, viu-se impossibilitada de concluir a redação -ela conseguiu resolver as demais questões, de todas as outras disciplinas.

“Tudo o que eu tentava digitar simplesmente não aparecia na tela. Fiquei um bom tempo conversando com o suporte técnico, mas o problema não foi resolvido”, disse.

A candidata só conseguiu completar um parágrafo de sua redação e teve seu desempenho final prejudicado. O nome dela não aparece na primeira lista de aprovados, divulgada em dezembro, diferentemente do que aconteceu no vestibular de inverno, que prestou na PUC-SP para o mesmo curso, então na condição de treineira, por não ter então ainda completado o ensino médio.

Na FGV-SP, problema semelhante, ocorrido justamente na prova de redação, em 14 de novembro, motivou a refação da prova para quem teve problemas.

A reportagem teve acesso ao email enviado aos candidatos que se sentiram prejudicados. “Durante a realização do vestibular Unificado em 14/11, a FGV identificou uma instabilidade na plataforma utilizada no início da aplicação do 1º módulo – prova de redação (horário de acesso: 8h30). Como medida de precaução, a FGV optou por oferecer uma nova prova e deixar a critério de cada candidato realizá-la novamente.”

As instituições, em resposta à reportagem, garantiram a lisura -técnica, inclusive- de seus vestibulares.

“Em seu vestibular online a FGV utiliza plataforma de provas online reconhecida internacionalmente, que conta com os mais modernos e rígidos mecanismos de prevenção de fraudes, com utilização de inteligência artificial que identifica, por exemplo, o uso de celular pelo candidato. Além disso, os candidatos são monitorados pela câmera de seus computadores e acompanhados por fiscais remotos e as provas são gravadas e analisadas posteriormente, não tendo sido detectada qualquer fraude justificadora de anulação do exame”, respondeu a FGV-SP, por meio de sua assessoria de comunicação.

Processo:

Em conversa com a reportagem, a candidata Maria Vitória revelou dificuldade de obter um retorno da PUC-SP para a solução de sua demanda. Apenas em 22 de dezembro, após semanas de telefonemas inconclusivos, a PUC-SP enviou email à vestibulanda, alegando ter feito perícia no sistema informatizado da realização da prova online “sendo certo que não foi detectado erro ou instabilidade no aludido sistema informatizado”.

A vestibulanda, por meio de seu pai, entrou com processo judicial contra a PUC-SP para que possa ter a oportunidade de refazer a prova de redação. Também pediu acesso ao laudo da perícia técnica.

Sobre esse caso específico, a assessoria de comunicação da PUC-SP disse à Folha que “não foi identificado nenhum problema técnico do sistema informatizado da universidade”. Sobre a decisão de manter o vestibular online, atrelou a “riscos sanitários ainda presentes em nosso país e cidade, situação ainda hoje frágil, assim como era à época da definição do processo, que é feita com antecedência, dada sua importância e proporções”.

Educação & Cultura

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