Duzentos e quatro empregadores foram incluídos na lista suja do trabalho escravo. Esta é a maior inclusão já feita na história, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Entre eles, está a Kaiser, cervejaria do grupo Heineken, identificada após ação fiscal em 2021, na cidade de Jacareí, em São Paulo, que envolvia 23 trabalhadores de uma transportadora prestadora de serviço.
Em nota, a empresa disse prestou todo apoio aos trabalhadores envolvidos para garantir que os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos. Além disso, assegurou medidas junto à transportadora, que não faz mais parte do quadro de fornecedores.
Nos últimos anos, 473 empregadores foram autuados. Dos 204 empregadores incluídos na lista suja em outubro, dezenove são acusados de manter trabalho semelhante à escravidão doméstica.
Os casos foram identificados, entre 2018 e 2023, em 24 estados e Distrito Federal. Minas Gerais lidera a lista com 37 casos, seguido de São Paulo, com 32; e Pará, 17.
Os trabalhadores foram resgatados, em sua maioria, em atividades de produção de carvão vegetal, criação de bovinos para corte, serviços domésticos e cultivo de café.
A vice-presidente da ANPT, Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho, Lydiane Machado e Silva, destaca a importância da lista suja
Ela explica ainda que a pandemia de Covid-19 deixou as pessoas mais vulneráveis economicamente, assim ficou mais fácil para aceitarem ofertas de empregos que não respeitam o direito trabalhista.
Entre 1995 e 2023, o país resgatou quase 62 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão. Apenas, neste ano, foram resgatas mais de 1.500 pessoas.
Fonte: EBC.