O pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil) afirmou nesta terça-feira (24) que vai afastar a politização da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), caso seja eleito, além de buscar o fortalecimento da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) e o fomento à tecnologia para aumentar a produtividade do setor. Durante o encontro ‘Agro em Pauta’, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), ele criticou a falta de apoio técnico aos produtores, defendeu investimentos em infraestrutura e segurança e se comprometeu com gestão descentralizada no Estado.
“Como nosso primeiro compromisso, vamos reestruturar completamente a gestão pública e mudar a postura e cultura do posicionamento do governo em relação à agricultura. É uma providência a ser tomada na transição, caso eu seja eleito. Vamos sentar e redesenhar completamente, vamos afastar a politização, priorizar e prestigiar os elementos técnicos. Será uma secretaria técnica, voltada para resultado, produtividade, meta de gestão”, salientou.
O encontro contou com a participação do deputado federal Cacá (PP), pré-candidato ao Senado, do vice-governador João Leão (PP), além de parlamentares, produtores e representantes do setor agropecuário na Bahia. O Agro em Pauta vai ter ainda a participação de outros pré-candidatos a governador.
Neto ressaltou que o diálogo com os produtores será permanente e criticou a extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento de Desenvolvimento Agrícola durante os governo petistas. “(o governo) Acabou com a EDBA e praticamente acabou com a ADAB”. “A agência precisa ser fortalecida, precisa ter sua excelência técnica, e nós vamos fazer isso. Isso é resultado econômico na veia, não tenho dúvida. É investimento, não despesa. Nós vamos fazer isso nesse redesenho. Para mim, a valorização do pequeno produtor, da agricultura familiar, é fundamental e decisiva. E eu não vejo porque fomentar conflito, antagonismo, ao contrário, todo mundo tem que trabalhar junto”, continuou.
Para o ex-prefeito de Salvador, é preciso buscar exemplos que estão acontecendo no mundo para aplicação da tecnologia visando o aumento da produtividade. ACM Neto se comprometeu também com uma mudança de postura do governo em relação à Coelba. “No Oeste não tem base de energia para a indústria se instalar, assim como no Norte, em relação ao beneficiamento de frutas”, disse, ao ressaltar também a necessidade de investimentos em infraestrutura, acesso a linhas de crédito, inclusive para os pequenos produtores, e segurança, uma vez que o clima de insegurança atinge também a zona rural.
“É preciso olhar para a questão das nossas estradas, sobretudo das estaduais, de ligações que precisam ser feitas para integrar regiões e facilitar o escoamento da produção. Assim como da recuperação de algumas estradas que estão em situação muito precária, cuja consequência não é apenas atrasar e prejudicar o transporte, mas também trazer insegurança para quem transita pelas rodovias. Sabemos o quanto a Bahia ainda é dependente da sua malha rodoviária, mas é preciso ter uma visão mais ampla dos desafios de logísticas, olhar questões de aeroportos, portos e ferrovias é também fundamental para que essa base de infraestrutura esteja ela constituída na perspectiva de expansão do agronegócio em nosso estado”, pontuou.
Ele ainda reafirmou seu compromisso de uma gestão descentralizada, tema que tem pregado em suas caminhadas pela Bahia. “No caso da agricultura, o estado tem que estar perto de quem produz, do produtor. Vamos precisar ter um braço de gestão que se aproxime, não só levando os serviços, mas também descentralizando decisões das regiões do Estado”, afirmou.
Sugestões:
Antes da participação de ACM Neto, o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, fez ponderações sobre a situação do setor no Estado. Afirmou que a Bahia “passou vergonha no processo de desestruturação da ADAB”, disse que as ferrovias foram desestruturadas e destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura e conectividade.
Ele pontuou ainda o “problema seríssimo” da insegurança. Ele citou casos de roubo de animais e diz haver quadrilhas que sabem “como roubar, quem vai abater, quem vai revender”, além do roubo de cargas. Ele também defendeu a necessidade de educação profissionalizante e assistência técnica de extensão rural. “O Estado tem mais de 700 mil produtores, 90% pequenos. Essas famílias estão espalhadas por praticamente todos os municípios. Precisamos ter um modelo de educação profissionalizante”, disse.
Miranda também pontuou que é preciso ter maior atenção com a região semiárida da Bahia, onde estão os piores índices sociais. “Nunca tivemos na história um projeto de desenvolvimento estruturado para o semiárido, que pense educação, economia, infraestrutura”, afirmou, ressaltando que o semiárido é uma região muito propícia para se produzir e que é preciso buscar exemplos, como o de Israel, que tem modelos de irrigação baixo consumo de água.
Ao final de sua exposição, ACM Neto ressaltou que continua recebendo ideias, sugestões e contribuições. Ele recebeu, antes do evento, documentos da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), dentre outras entidades do Oeste baiano. “Esses documentos têm sido recebidos com o máximo de atenção, temos feito discussões internas. Garanto que teremos o plano de governo mais completo já apresentado para o debate eleitoral para o Estado”, salientou.
Ascom: ACM Neto