Os policiais civis da Bahia vão parar as atividades a partir do dia 25 de março. A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (15), em frente a Secretaria de Segurança Pública, na Piedade. Os profissionais decidiram que a greve vai durar por três dias por causa da falta de diálogo do governo do Estado com a categoria. No total, 5.500 profissionais vão aderir a paralisação.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, disse que “a conta dessa greve cairá sobre o governador Rui Costa, ele terá que dizer para os baianos porque não dialogou com os policiais civis. É lamentável ver a postura tão intransigente de um gestor público, até decisão judicial o governo descumpriu, isso gerou muita revolta na categoria”.
Procurada, a assessoria de comunicação da Policia Civil reiterou a proibição de greve estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal, em 2017, para profissionais da área de Segurança Pública e informou que as delegacias seguirão funcionando normalmente. O bahia.ba também questionou o governo do estado se haveria sanção aos policiais que aderirem a greve, no entanto, a administração disse não ter esse posicionamento ainda.
Reivindicação:
A principal reivindicação feita pelo sindicato é a reestruturação da remuneração da categoria, que pede reajuste salarial. Além disso, os policiais civis cobram melhores condições de trabalho e da estrutura física para atender à população, e regulamentação de promoções atrasadas.
De acordo com Eustácio, entre 09 estados do Nordeste a Bahia é o que paga o pior salário. “A situação do Policial Civil da Bahia não é nada confortável, passamos vergonha o tempo todo, não temos estrutura de trabalho, ganhamos salários baixíssimos, ficamos para trás dos outros estados do Nordeste e do país. Por fim, o governo oferece um reajuste de 4% é inadmissível, preciso é que o governo retome o diálogo sobre salário de nível superior, cumprindo a lei e devolvendo dignidade para a categoria ou então é greve”, disse o presidente da Sindpoc.
Segundo a Secretaria de Administração do estado (Saeb), A lei n° 11.370/2009, que instituiu a nova Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado da Bahia, não estabeleceu a equiparação remuneratória para as diferentes carreiras e cargos que integram o Grupo Ocupacional, como investigador, escrivão e perito técnico. Além disso, segundo o órgão, “as tabelas salariais das carreiras estão atreladas aos cargos e seus valores observam a natureza da atividade, o grau de responsabilidade e de complexidade, como orienta o artigo 39 da Constituição Federal”.
Deliberações após assembleia realizada nesta terça-feira (15):
Os Policiais Civis presentes no ato votaram o seguinte cronograma:
Sexta-feira (18) – Os policiais irão entregar as chaves das custódias de presos das delegacias do Estado da Bahia, o mesmo ocorrerá com todas viaturas sem condições de uso.
Segunda – feira (21) – Entrega de coletes sem condições de uso e as pistolas Taurus24/7.
Sexta-feira a domingo (25 a 27.03) – entrega das chefias, extras e Greve geral dos Policiais Civis da Bahia, onde não ocorrerá nenhum tipo de serviço.
Além dessas deliberações também foram aprovadas a realização das blitz nas delegacias e a realização de quatro carreatas em Salvador, com data a ser definida.
Bahia.ba