A revelação do envolvimento do almirante Almir Garnier em um suposto plano para contestar as eleições de 2022 deixou o senador Jaques Wagner, líder do governo Lula e ex-ministro da Defesa, completamente surpreso. Os dois tinham uma relação próxima e amistosa em pelo menos dois momentos de suas carreiras. Garnier comandou o 2º Distrito Naval, localizado na Bahia, berço político do senador, após ter atuado como assessor especial do Ministério da Defesa, quando Wagner ocupava o cargo de ministro.
Nunca houve qualquer sinal negativo em relação ao almirante, declarou o parlamentar baiano em uma conversa na última semana. Pelo contrário, ele sempre demonstrou ter um temperamento calmo e era, inclusive, bastante simpático. Um gesto notável desse relacionamento foi quando, em março deste ano, durante o governo Lula e após os eventos de janeiro, Garnier enviou um presente de aniversário a Wagner, que prontamente expressou sua gratidão.