A futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, não conseguiu emplacar seu nome preferido para a secretaria executiva do ministério.
A cantora desejava ter como braço-direito Zulu Araújo, ex-presidente da Fundação Palmares, mas prevaleceu o favoritismo do secretário nacional de cultura do PT, o historiador Márcio Tavares, defendido pela socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher do presente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Ex-diretor do Olodum, Araújo comanda a Fundação Pedro Calmon, vinculada à secretaria de Cultura da Bahia. Em 2007, foi conduzido à presidência da Fundação Palmares pelo então ministro Gilberto Gil.
Apesar da preferência pelo amigo, liderança histórica do movimento negro baiano, Margareth aceitou o favorito de Janja, a responsável pela defesa de sua indicação como ministra. Zulu Araújo deve ser nomeado para a chefia de gabinete.
Márcio Tavares se aproximou de Janja durante a campanha de Lula. Doutor em arte pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em história pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele é curador e gestor cultural. Depois de críticas à escolha de Menezes para o cargo, Janja sentiu mais confiança no perfil de Tavares para ajudar a ministra na reversão do desmonte da Cultura no governo de Jair Bolsonaro.
A admiração é recíproca. “Janja é uma mulher brilhante, sensível e uma ativista incansável. Foi fundamental para a vitória da democracia e, agora, vai ser uma figura importante na reconstrução do país com Lula. É uma sorte termos uma mulher como Janja. Lugar de mulher é onde ela quiser! Respeita a Janja”, escreveu Tavares em seu perfil no Twitter, em 12 de novembro.
Tavares integrou o grupo de transição da cultura e defendeu a escolha de Margareth dentro do PT. Os dois se entenderam bem na transição e chegaram juntos ao hotel de Lula, em Brasília, nesta terça-feira (13) para oficializar a nomeação da futura ministra.
Claudio Leal/Folhapress