As razões que derrubaram Fábio Vilas-Boas do posto de secretário de Saúde da Bahia, nesta terça-feira (3), também assombram o futuro político eleitoral que o antigo gestor rascunhava para 2022.
Ele era cotado a disputar uma cadeira a deputado federal pelo Partidos dos Trabalhadores (PT), “mas depois de ontem, não há menor clima para ele se filiar ao PT”, sinalizou um interlocutor da legenda à reportagem.
Um dos sinais da resistência interna que surgiu nos últimos dias a Vilas-Boas foi a nota emitida pela Secretaria de Mulheres do PT Bahia, em solidariedade à empresária Angeluci Figueiredo, proprietária e chef do Restaurante Preta, que foi chamada de “vagabunda” por Vilas-Boas, que depois se desculpou.
O xingamento aconteceu através de um aplicativo de mensagem após a empresária comunicar o gestor que a reserva feita por ele teria que ser cancelada por causa de questões climáticas.
A divulgação do vídeo em que ele foi flagrado invadindo as dependências do restaurante na Ilha dos Frades foi o estopim para a sua saída do governo.
A nota do PT Mulher diz que “o ato demonstra desrespeito, racismo, misoginia e machismo”. Embora tenha partido de uma ala indenitária, o repúdio “é o sentimento geral no partido”, acrescentou uma fonte. A publicação oficial, a propósito, foi compartilhada pelo presidente estadual, Éden Valadares, em seu perfil no Instagram.
Segundo petistas, a eventual filiação e candidatura de Fábio Vilas-Boas era um “desejo pessoal” e estimulada por secretários municipais de Saúde, mas não encontrava amparo do governador Rui Costa. “Rui nem gostava da ideia”, confidenciou um nome palaciano.
De perfil técnico, Vilas-Boas estava na secretaria de Saúde desde o primeiro mandato do governo Rui, em 2015, e chegou a ter o nome ventilado entre as opções do PT para disputar a prefeitura de Salvador em 2020.
O movimento não foi adiante, mas colocou o ainda secretário no rol de pretensos postulantes para 2022, agora, porém, sem o aval do partido.
Fonte: BNews