Além da excelente notícia para Bruno Reis (União Brasil), faltando sete meses para o pleito, de que ele pode levar a reeleição logo no primeiro turno, algo com que, na verdade, os partidos aliados já trabalham há algum tempo, como registrado na semana passada, a pesquisa Atlas/Intel divulgada pelo jornal A Tarde hoje traz mais duas boas novas para o gestor.
Os números mostram uma queda em Salvador nos índices de aprovação do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do presidente Lula (PT), dois personagens nos quais, por falta de um discurso consistente de oposição para justificar sua candidatura à Prefeitura, o vice-governador Geraldo Jr., do MDB, pretendia se escudar para alavancar seu nome junto ao eleitorado soteropolitano.
Não que haja elementos na história provando que tanto o governador quanto o presidente da República, por mais fortes que estejam, possam influenciar decisivamente o pleito municipal em favor do candidato que estejam apoiando. Por serem descasadas das demais eleições, as disputas nas cidades envolvem normalmente outra lógica em que grandes “puxadores externos” não contam.
A eleição de ACM Neto (União Brasil) à Prefeitura, em 2012, é uma prova viva do fenômeno. No auge da hegemonia lulo-petista, Lula e a então presidente Dilma Rousseff baixaram em Salvador para tentar levantar a campanha de Nelson Pelegrino a qualquer custo – inclusive fazendo ataques virulentos e baixos contra o adversário – e receberam uma dura resposta de independência dos soteropolitanos.
Mas saber que os pilares em que Geraldo Jr. gostaria de se apoiar não estão tão robustos assim, na visão do eleitor, não deixa de tranquilizar ainda mais a turma de Bruno. Como se não bastasse, a liderança consolidada do prefeito deixa pouco espaço para reviravoltas, uma vez que não é possível identificar um recorte onde ele tenha alguma vulnerabilidade, como observa o cientista político Andrei Roman, executivo-chefe da AtlasIntel.
O pesquisador observa que “quando tudo é tão brutalmente uniforme em termos de avaliação, é muito difícil achar nuances, saídas retóricas, pontos de ataque e isso reduz, sim, a chance de reviravolta”. Assim, nem mesmo o crescimento de seis pontos percentuais de Geraldo Jr. em relação à última pesquisa realizada pela Atlas indica que Bruno Reis possa ter sua reeleição ameaçada, acrescenta.
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