O governador Jerônimo Rodrigues (PT) sinalizou aos aliados que vai agendar para este final de semana, provavelmente no sábado (02), a reunião do conselho político para tratar das eleições de 2024. Na pauta, a unificação da base nos 50 maiores municípios do Estado, com um foco especial para Salvador. Nos últimos dias, Jerônimo tem mantido conversas sobre as eleições em separado com os dirigentes partidários. Nesta segunda-feira (28), o governador se reuniu com representantes do PT, PSB, MDB e PCdoB. Hoje (29), terá uma conversa com o senador Otto Alencar, que comanda o PSD baiano.
O encontro com Otto acontece em Brasília, onde o chefe do Executivo estadual viajou para uma reunião dos governadores sobre a reforma tributária, que tramita no Senado. Nesta quarta-feira (30), Jerônimo deve se encontrar com representantes do PV e há previsão ainda de conversas com o Avante e com deputados estaduais do PP. Esta será a segunda reunião do conselho político após a pose de Jerônimo – a primeira, realizada em maio, abordou os projetos do governo e a distribuição de cargos no interior. O governador tem ouvido dos partidos quais são as pretensões de cada um para as eleições municipais para, depois, discutir conjuntamente com todos a estratégia nas 50 maiores cidades.
Os aliados de Jerônimo têm se movimentado intensamente nos bastidores e em atos públicos. O PT, por exemplo, mapeou mais de 180 pré-candidaturas no interior. Em Salvador, a sigla lançou na semana passada a pré-candidatura do deputado estadual Robinson Almeida, em movimento que contou com o respaldo do senador Jaques Wagner (PT).
Na capital o PCdoB trabalha com o nome da deputada estadual Olívia Santana, o MDB com o do vice-governador Geraldo Júnior e o PSB tem como pretendentes a deputada federal Lídice da Mata e o presidente da Conder, José Trindade, tido como preferido do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Essas são as principais apostas colocadas até aqui no tabuleiro.
Na avaliação dos próprios aliados do governador, dificilmente haverá candidaturas únicas da base nos 50 maiores municípios. A expectativa mais otimista é que isso ocorra em 70% a 80% dos casos. Em Vitória da Conquista, por exemplo, o PT pleiteia a união em torno da candidatura do deputado federal Waldenor Pereira, enquanto a vereadora emedebista Lúcia Rocha lidera as pesquisas e tem o apoio do MDB.
Em Itabuna, o prefeito Augusto Castro (PSD) quer o apoio do governador para disputar a reeleição, mas o ex-deputado federal e ex-gestor petista Geraldo Simões articula a candidatura junto a outras siglas da base do chefe do Executivo estadual. Em troca do respaldo Itabuna, o PSD sinaliza referendar as pretensões eleitorais da secretária estadual de Educação, Adélia Pinheiro, que deve se filiar ao PT para ser candidata à Prefeitura de Ilhéus.
Há outros casos conflitantes. Em Conceição do Coité, na região sisaleira, o PT e o PSD, que já caminharam juntos, estão em “pé de guerra”, em um dos quadros que mais preocupa o governador. Há conflitos de interesse também dentro da própria federação formada pelos petistas com o PCdoB e o PV, como é o caso de Juazeiro e de Candeias.
Existem, ainda, os casos peculiares em que o prefeito apoiou firmemente Jerônimo mas está em um partido que ficou ao lado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) no pleito de 2022. É o caso de Euclides da Cunha, onde o prefeito Luciano Ribeiro, do PDT, pretende lançar o sucessor com o apoio do governador, mas o PSD, por meio do ex-deputado federal José Nunes, também não abre mal do respaldo do chefe do Executivo estadual para lançar o nome, que pode ser o do próprio ex-parlamentar.
A situação do PP, que ainda não aderiu em bloco ao governo, é outra que precisa ser resolvida pelo governador. Em Jequié, por exemplo, o partido não abre mão de apoiar a reeleição do atual prefeito Zé Cocá, que reúne em torno de si o apoio de lideranças de siglas tanto da base quanto da oposição a Jerônimo. Lá, o PSD também planeja lançar candidato: Alexandre Yousseff, gestor da Santa Casa e irmão do deputado estadual Hassan, que é da base tanto do Executivo estadual quanto do prefeito.
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