O Progressistas (PP), um dos principais partidos do Centrão, definiu nesta terça-feira, 15, que o deputado Cláudio Cajado exercerá a presidência interina da legenda. Cajado substitui o deputado André Fufuca (MA), que também comandava interinamente a sigla desde julho e foi escolhido líder da bancada na Câmara neste mês. O presidente titular do partido é o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que está licenciado por conta do cargo na Esplanada dos Ministérios.
Cajado é deputado federal desde 1995 e antes de fazer parte do Progressistas era filiado ao DEM. O parlamentar é um dos vice-líderes do governo no Congresso. Nas redes sociais, o deputado faz questão de elogiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e relembrar fotos de quando o chefe do Poder Executivo era seu colega de Câmara. Apesar disso, na Bahia, o político faz parte da base do governador petista Rui Costa. O novo dirigente partidário costuma acompanhar Costa e o senador Jaques Wagner (PT-BA), pré-candidato a governador, em eventos de inauguração de obras. Na Bahia, o ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, é hoje o pré-candidato apoiado por Bolsonaro.
O comportamento de Cajado não é isolado no Progressistas. Apesar de ser um dos principais partidos da base de Bolsonaro, no Nordeste a legenda mantém alianças com o PT e outros partidos de esquerda. Outro exemplo é Fufuca, presidente anterior do partido, que se diz parte da base do governador Flávio Dino (PSB-MA) em nível local e apoiador de Bolsonaro em nível nacional.
Na Bahia, alguns integrantes do partido vão além e admitem apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o caso de João Leão, que controla o diretório baiano do Progressistas e vice de Rui Costa. Em Pernambuco também há traições e o deputado Eduardo da Fonte (Progressistas-PE) tenta disputar o Senado com apoio de Lula.
Estadão Conteúdo